O ex-procurador da Lava Jato e deputado federal cassado, Deltan Dallagnol, é aguardado nesta sexta-feira (2/6) na Polícia Federal (PF) para prestar depoimento. Ele diz desconhecer o motivo da sua intimação e a PF se limita a informar que a exigência se deve a um “termo de declarações”, cuja ordem partiu da Coordenação de Inquéritos nos Tribunais Superiores.
Especula-se que o depoimento possa estar ligado ao processo de Rodrigo Tacla Duran, ex-operador financeiro da Odebrecht, que corre na Justiça Federal de Curitiba (PR). Duran tem sido um dos maiores críticos da Lava Jato e já fez várias denúncias contra o ex-juiz Sérgio Moro e o próprio Dallagnol, acusando-os de suspeição, por dirigir a operação de acordo com interesses nada republicanos.
O pedido para que ele fosse intimado teria sido feito pelo juiz Eduardo Appio, desafeto de Moro e também crítico da Lava Jato, que vinha respondendo pela 13ª Vara da Justiça Federal, até ser afastado recentemente por decisão do TRF-4, que já está sendo questionada e investigada pelo Conselho Nacional de Justiça(CNJ).
Outra possibilidade para a intimação estaria no pedido feito pelo ministro da Justiça Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que Dallagnol fosse investigado pelos crimes de calúnia, racismo e difamação, por declarações dadas por ele quando da visita do ministro ao Complexo da Maré no Rio de Janeiro.
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil