O corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, determinou nesta segunda-feira (15) o afastamento da juíza federal Gabriela Hardt e de outros três magistrados do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), por supostas irregularidades cometidas durante a Lava Jato.
A decisão de afastar os quatro juízes foi tomada após inspeção realizada na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR). Diante das provas colhidas, Salomão concluiu que a operação “descambou para a ilegalidade”.
Gabriela Hardt foi uma espécie de braço-direito do então juiz Sergio Moro, que conduziu a operação a partir da 13ª Vara Federal. Assim como Moro, ela atuou em consórcio com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná, liderados por Deltan Dallagnol.
Hardt substituiu Sergio Moro na 13ª Vara em 2018, quando ele deixou o cargo para virar ministro de Jair Bolsonaro. Em 2019, ao condenar Lula a 12 anos e 11 meses de prisão sem nenhuma prova, ela mostrou o acerto da dupla Moro/Dallagnol em escolhê-la para sucedê-lo.
Por sua atuação enviesada, ela poderá ser enquadrada nos crimes de peculato e corrupção por ter homologado acordo entre a Petrobras e o MPF e autoridades americanas, em 2019.
O acordo permitia a criação de uma entidade privada, do terceiro setor, para gerir recursos recuperados pela Lava-Jato. A entidade teria procuradores do MPF entre seus dirigentes.
TRF-4
Além de Hardt, também foram afastados pelo CNJ, o atual juiz titular da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, Danilo Pereira Júnior, e os desembargadores do TRF-4, Carlos Eduardo Thompson Flores (ex-presidente do tribunal) e Loraci Flores de Lima. Eles são acusados de descumprirem ordens de tribunais superiores.
Todas as suspensões foram determinadas de forma cautelar e serão analisadas na sessão desta terça-feira (16) do CNJ.