O deputado estadual Caporezzo (PL-MG) aproveitou reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), ocorrida nesta semana, para homenagear o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos mais cruéis torturadores que atuaram durante a ditadura militar.
Expoente da repressão política no final dos anos 60 e 70, Ustra se destacou por chefiar os centros de tortura e assassinatos de opositores políticos à ditadura militar no DOI-CODI do II Exército, em São Paulo.
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também já elogiou Ustra reiteradas vezes, Caporezzo não se limitou a enaltecer a figura deplorável do torturador.
Aproveitou a sessão que debatia os 59 anos do golpe militar, convocada por parlamentares ligados à esquerda, para afirmar que a ditadura “matou foi pouco”.
“Vim à Comissão de Direitos Humanos para colocar um contraponto em relação à tudo isso. E, claro, fiz uma homenagem aqui para exaltar a figura do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que fez um grande trabalho à frente do DOI-CODI do Exército, entre 70 e 74”, disse. “As pessoas vem aqui falar de 191 mortes? Isso se matava aqui a cada dois dias na democracia de Dilma Rousseff. Então, vai falar que o regime matou? Matou, mas matou pouco”, afirmou.
Apesar da indignação que sua fala causou entre os presente e a afronta à ALMG, até hoje, passados dois dias, Caporezzo ainda não sofreu nenhuma sanção, muito menos teve seu caso analisado pelo Conselho de Ética da Assembleia.
No seu perfil na página da ALMG, o bolsonarista Caporezzo se define como sendo cristão, de direita, anticomunista e “a favor da vida”.