A pergunta que não quer calar

Por que a Arábia Saudita presenteou o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua mulher Michelle, com dois lotes milionários de joias?

O valor dos presentes ofertados pelo governo Saudita é considerado estapafúrdio até mesmo para os padrões do mundo diplomático acostumado à troca de presentes entre presidentes, monarcas e líderes religiosos.

Apenas um dos lotes foi interceptado pela Receita Federal. Composto por um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes fabricados pela centenária e luxuosa marca suíça Chopard, foi avaliado em mais de Є 3 milhões (aproximadamente R$ 16,5 milhões).

O outro (um relógio, uma caneta, um par de abotoaduras, um anel e um tipo de rosário, também da grife Chopard) ainda não possui avaliação, e estaria em poder de Bolsonaro. Não haveria problema algum se eles tivessem sido declarados e repassados ao acervo do Estado brasileiro ou se o casal Bolsonaro, caso quisesse ficar com eles, pagasse o imposto equivalente a 50% do valor estimado do item, além de uma multa de 25% por tentar trazer os objetos para o país de maneira ilegal.

Mas não foi isso que aconteceu. De acordo com reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o governo Bolsonaro tentou ingressar com os presentes dos sauditas de maneira irregular.

De uma das vezes, pelas mãos do então ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque. De outra, pelo também militar Marcos André dos Santos Soeiro, então assessor de Albuquerque, que trouxe os brindes na sua mochila.

O caso está sendo investigado pela Receita Federal, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF). Espera-se que pelo menos um desses órgãos consiga nos dar a resposta para a pergunta que intitula esse texto, nos explicando o que teria motivado os sauditas a presentear os Bolsonaro com tamanho apreço.

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