A poeta mineira Adélia Prado é a grande vencedora do Prêmio Camões edição 2024 – o reconhecimento mais importante da literatura em língua portuguesa. O anúncio foi feito pela ministra da Cultura de Portugal, Dalila Rodrigues, através de um telefonema dado à escritora na tarde desta quarta-feira (26).
Considerada a maior poeta brasileira viva, Adélia Prado foi pega de surpresa. Ela ainda comemorava a conquista na semana passa de um outro prêmio, o Machado de Assis, a maior distinção concedida pela Academia Brasileira de Letras (ABL), quando recebeu a ligação.
“Foi com muita alegria e emoção que recebi, hoje, dia 26 de junho, um telefonema da senhora Dalila Rodrigues, ministra da Cultura de Portugal, me informando que fui agraciada com o Prêmio Camões. Estava ainda comemorando o recebimento do Prêmio Machado de Assis, da ABL, e agora estou duplamente em festa. Quero dividir minha alegria com todos os amantes da língua portuguesa, esta fonte poderosa de criação”, disse a vencedora.
Mineira de Divinópolis, Adélia Prado tem 88 anos e além de poeta é professora, filósofa, romancista e contista. Os primeiros poemas foram publicados em jornais da cidade natal e Belo Horizonte.
O estilo e a originalidade de seus escritos chamaram a atenção do poeta Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que a incentivou a publicá-los nos anos 1970.
Com o livro O Coração Disparado, de 1978, conquistou o Prêmio Jabuti de Literatura, conferido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Em 1981 lançou Terra de Santa Cruz.
A produção intelectual de Adélia teve espaço para literatura em prosa, com os livros Solte os Cachorros (1979) e Cacos para um Vitral (1980).
A autora, que também publicou obra para o público infantil, mantinha em sua produção conteúdos ligados à fé católica. As páginas escritas pela mineira costumavam trazer temas ligados a Deus, família e a perspectiva da mulher.
Novo livro
A mais nova vencedora do Camões prepara um livro para ser lançado em breve, Jardim das Oliveiras, uma referência ao lugar onde, segundo a tradição cristã, Jesus Cristo rezou na véspera da crucificação.
A poeta se adaptou ao mundo digital para que parte de sua obra continue sendo acompanhada pelas redes sociais. Pela conta de Instagram é possível ouvi-la falar a respeito ou simplesmente recitar poesias.
(*) Com Agência Brasil
