O ministro Alexandre de Moraes deu 48 horas para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) explique por que passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília. A estadia ocorreu entre 12 e 14 de fevereiro, quatro dias após a Polícia Federal ter confiscado o seu passaporte.
Caso a explicação não seja convincente, Moraes poderá decretar a sua prisão preventiva.
Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal (PF) suspeito de participar da tentativa de golpe de Estado. Moraes é o relator do inquérito da trama golpista no STF e havia determinado a apreensão do passaporte, para evitar a sua fuga.
Porém, ao se abrigar numa embaixada – área protegida pela “inviolabilidade” prevista na Convenção de Viena – Bolsonaro desafiou a determinação do ministro. Ele driblou a necessidade de ter o documento em mãos para deixar o país e pagou para ver.
Se por acaso fosse expedido um mandado de prisão contra ele naquele período, as autoridades brasileiras estariam impossibilitadas de entrar no local. A não ser que o governo húngaro consentisse.
Defesa minimiza
A defesa de Bolsonaro procurou minimizar o caso. Ela informou que o ex-presidente se hospedou na embaixada para trocar informações com as autoridades da Hungria sobre os cenários políticos das duas nações.