O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) precisou de 48 horas para explicar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), porque ele passou dois dias na embaixada da Hungria, em Brasília.
Ele afirmou, através de sua defesa, que foi até lá para discutir “temas políticos” e que seria “ilógico” sugerir que sua hospedagem tenha tido o propósito de pedir asilo político ou tentar uma fuga. Afirmou também que nunca teve preocupação com uma eventual prisão.
A explicação foi enviada ao STF nesta quarta-feira (27/3), quando terminaria o prazo de 48 horas fixado por Moraes para que Bolsonaro justificasse a sua permanência na embaixada no mês passado, durante o carnaval.
“Diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga. A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição altamente improvável e infundada”, afirmou a defesa.
A defesa do ex-presidente afirmou também que Bolsonaro sempre manteve interlocução com as autoridades húngaras e rechaçou ilações sobre eventual pedido de asilo diplomático.
“São, portanto, equivocadas quaisquer conclusões decorrentes da matéria veiculada pelo jornal norte-americano (The New York Times), no sentido de que o ex-presidente tinha interesse em alguma espécie de asilo diplomático, conclusão a que se chega bastando considerar a postura e atitude que sempre manteve em relação as investigações a ele dirigidas”, completou a defesa.
A revelação de que o ex-presidente esteve hospedado entre os dia 14 e 16 de fevereiro foi feita pelo The New York Times na segunda-feira (25/3). O jornal ilustrou a reportagem com imagens de câmeras de segurança interna da embaixada e de câmeras de satélite.
Dias antes, em 8 de fevereiro, a Polícia Federal apreendeu o passaporte de Bolsonaro por determinação de Moraes, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado no país após o resultado das eleições de 2022.
Diante da resposta pouco convincente que deu ao STF, o mistério permanece: o que de fato levou Bolsonaro a esse hospedar na embaixada da Hungria?
(*) Com informações da Agência Brasil