Governo brasileiro pede que tribunal declare a ilegalidade da ocupação israelense na Palestina

Brasil aciona Corte Internacional de Justiça contra ocupação de Israel na Palestina

O massacre praticado por Israel na Palestina não poupa ninguém; mulheres e crianças são as principais vítimas. Foto: Agência WAFA

O governo brasileiro pediu nesta terça-feira (20) à Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia (Países Baixos), que o tribunal declare a ilegalidade da ocupação dos territórios palestinos por forças militares de Israel. Para o Brasil, a ocupação, que dura desde 1967, viola as leis internacionais e o direito à autodeterminação do povo palestino.

O pedido ocorre em meio à mais profunda crise diplomática vivida entre os dois países. Ela teve início após a declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, quando ele ainda se encontrava na Etiópia, onde participou da Cúpula da União Africana como convidado.

Dedo na ferida

Sem rodeios, Lula pôs o dedo numa ferida que o mundo desenvolvido insiste em não ver. E classificou de “genocídio” o que Israel está fazendo na Faixa de Gaza contra a população civil indefesa da palestina. O massacre impiedoso é promovido dia e noite pelo Exército israelense, a mando do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Certeiro

Lula foi certeiro em sua fala. Além de dizer com todas as letras que as mortes de civis em Gaza são um “genocídio”, ele criticou os países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região.

Disse ainda que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus.”

Sentiu o golpe

As críticas de Lula calaram fundo em Netanyahu, que sentiu o golpe. Ele reagiu afirmando que as palavras do brasileiro “são vergonhosas e graves”. “Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, escreveu o premiê israelense em sua conta na rede social X (ex-Twitter). Ele disse ainda que Lula deveria “pedir desculpas” pela sua declaração.

Logo depois, transformou Lula em “persona non grata” em Israel. Na sequência, convocou o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, para uma conversa e passou uma reprimenda pública no diplomata.

Após a deselegância diplomática demonstrada por Netanyahu e a afronta ao governo brasileiro, Lula determinou ainda ontem, o retorno de Meyer ao Brasil.

(*) Com informações da Agência Brasil



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