Logo após a suspensão da sessão de julgamento desta quinta-feira (29) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jair Bolsonaro passou a ser considerado carta fora do baralho. Até então, ele já amargava um placar de 3 votos a 1 para reconhecer a sua inelegibilidade por oito anos a partir das Eleições 2022. A única dúvida que ficou é de quanto ele perderá na Corte, se será por 6 a 1 ou por 5 a 2.
Bolsonaro está sendo julgado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O seu julgamento foi retomado pelo TSE às 12h desta sexta-feira (30). Pela ordem de votação estabelecida, caberá à ministra Cármen Lúcia proferir o primeiro voto da sessão e há grande chance dela votar pela condenação. Caso isso ocorra, mesmo ainda faltando dois votos, terá sido formada a maioria no plenário para condenar Bolsonaro e torná-lo inelegível por oito anos.
Depois de Cármen Lúcia votaram os ministros Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente da Corte eleitoral. Marques deve votar pela absolvição daquele que o nomeou ministro ou pedir vista a fim de dar uma sobrevida, de no máximo 60 dias, para Bolsonaro. Quanto a Alexandre de Moraes, não há quem aposte que seu voto não será para condenar Bolsonaro à perda de seus direitos políticos.
Votos
Já votaram o relator, ministro Benedito Gonçalves, e os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares. Dos quatro, apenas Raul Araújo votou pela absolvição do ex-presidente, argumentando que ele fez uso de sua liberdade de expressão ao reunir embaixadores estrangeiros no Palácio para atacar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro.
Braga Netto
Os ministros também votaram pela exclusão de Braga Netto da sanção de inelegibilidade por entender que não ficou demonstrada sua responsabilidade na conduta praticada em reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada durante a campanha do ano passado.
A ação contra Bolsonaro foi ajuizada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT). A expectativa é de que o julgamento termine ainda nesta sexta-feira – véspera do início do recesso do Judiciário.