Genocídio Yanomami: quem é que vai pagar por isso?

Quem será responsabilizado pelas mortes das 570 crianças Yanomami? Vítimas do descaso do estado brasileiro sob a gestão de Jair Bolsonaro, elas morreram de fome e contaminadas por mercúrio, metal pesado altamente nocivo à saúde e ao meio ambiente, utilizado largamente pelos garimpos clandestinos que invadiram impunemente as terras indígenas na Amazônia nos últimos quatro anos.

Além delas, há ainda outros tantos adultos e crianças da mesma etnia em estado deplorável, em fase avançada de desnutrição.

Os garimpeiros que invadiram a terra dos Yanomami e contaminaram os rios, os peixes e os próprios indígenas, obviamente, devem estar nessa relação, juntamente com os que estão por trás deles, financiando suas atividades ilegais. Mas quem mais precisa ser responsabilizado pelo genocídio?

O ex-presidente Jair Bolsonaro, que sabidamente incentivou durante todo o seu governo o garimpo clandestino e se omitiu em relação às consequências funestas de suas decisões, deverá, seguramente, encabeçar a lista dos culpados.

Ele não só deu corda aos garimpeiros, como fez vista grossa ao sofrimento e ao morticínio dos indígenas, negando assistência médica e ignorando mais de duas dezenas de ofícios com pedidos de ajuda humanitária aos Yanomami, como mostrou o The Intercept em reportagem.

Alguns integrantes de seu governo que foram cúmplices do chefe nesse intento macabro, como os ex-ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles; da Justiça, Sérgio Moro; da Saúde, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga; da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves; e o ex-vice-presidente, Hamilton Mourão, também deverão ser relacionados na lista, para serem investigados, processados e exemplarmente punidos. Juntos com eles, há ainda que se apurar as responsabilidades da direção da Funai no governo Bolsonaro, do Procurador-Geral da República, Augusto Aras e do comando militar da Amazônia. As crianças mortas e os povos indígenas merecem essa resposta.

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