Alguns dos principais jornais brasileiros publicaram fortes editoriais contrários à costura de um acordão no Congresso destinado a anistiar os acusados de tramar um golpe de Estado, assassinar autoridades da República e tentar derrubar a democracia brasileira.
Entre eles, está aquele que seria o principal beneficiado do golpe, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros acusados (militares e civis) são ex-integrantes da cúpula de seu governo. Todos viraram réus e encontram-se muito próximos de serem julgados e, muito provavelmente, condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Acordo por anistia é pornográfico”, afirma o Estadão. “Anistia é afronta irresponsável à Constituição”, sentencia O Globo.
O jornal paulista segue na linha de que “urdida nos subterrâneos do Congresso, uma eventual impunidade para os acusados de tramarem um golpe de Estado ora em julgamento no STF é juridicamente teratológica e moralmente inaceitável”.
Segundo a publicação, “o julgamento da Ação Penal (AP) 2668 mal havia começado quando, a alguns passos do STF, caciques partidários e autoridades do Congresso, aos quais se juntou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), já articulavam um acordo pornográfico para aprovar um projeto de lei de anistia.O contraste é gritante: enquanto o STF exercia seu dever de julgar suspeitos de atentar contra a ordem constitucional democrática, a eleito política do país trabalhava para neutralizar a eventual punição dos que vierem a ser condenados por trair o pacto republicano.”
Já o jornal carioca, afirma que “Motta (o presidente da Câmara dos Deputados) deve ser coerente com suas declarações anteriores, contrárias à ideia descabida e enterrar a proposta de livrar Bolsonaro e os demais réus acusados pela violência do 8 de janeiro depois do julgamento do Supremo”.
O Globo alerta que ‘Não hora de ceder a apelos demagógicos”. E que, “o momento exige, de alguém que ocupa o cargo de Motta, espinha dorsal republicana é responsabilidade histórica”.
O editorial continua afirmando que “anistiar condenados pelo crime de golpe de Estado não leva a pacificação nenhuma, muito pelo contrário”. “Revigora quem defende a destruição do Estado democrático de Direito, em vez de reforçar os limites da Constituição a anistia incentiva novas intentonas e semeia confrontos”.
O jornal também destaca o oportunismo de Tarcísio de Freitas: “entre extrair vantagem política ou vacinar o país contra novos ataques à democracia , os arautos da anistia parecem só pensar no ganho imediato. É o caso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passou a atuar de forma mais explícita em favor da anistia”, chegando a dizer que “não confia na Justiça”.
Assim jornalões estão classificando a armação em curso no Congresso para anistiar os golpistas.
E você, que nome dá a isso?


