Apesar do inverno chegar na próxima quarta-feira (21), a semana promete ser quente na política e na economia. Nesse mesmo dia (4ª ), o presidente Lula se reunirá com o Papa Francisco, no Vaticano, enquanto o indicado dele ao Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Cristiano Zanin, passará por uma sabatina no Senado e poderá ter o seu nome aprovado para a Corte Suprema.
Já nos dois dias seguintes, 22 e 23, Lula viaja para Paris onde fará o encerramento de um encontro sobre clima e economia e terá uma reunião bilateral com o presidente da França Emmanuel Macron. Enquanto isso, na mesma 5ª, terá início no Brasil, o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que poderá torná-lo inelegível.
Bolsonaro inelegível
Por ter apresentado informações falsas sobre as urnas eletrônicas a embaixadores durante reunião no mês de julho do ano passado, o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá se tornar inelegível pelo TSE. Porém, o julgamento deverá se arrastar até o final deste mês, mas com expectativa de ser finalizado antes do recesso do Judiciário que começa em julho.
O corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, preparou um voto extenso com mais de 300 páginas. Para agilizar os trabalhos e evitar os pedidos de vista, ele antecipou cópias do voto aos seus colegas que participaram do julgamento. O caso é intrincado, mas a bolsa de apostas tende a cravar que Bolsonaro não escapará dessa e perderá os seus direitos políticos.
Na França
A agenda de Lula e Macron prevê discussões em torno da questão ambiental, do conflito entre Rússia e Ucrânia e sobre as relações entre Brasil e França. Os dois presidentes já se encontraram na cúpula do G7, em Hiroshima, Japão, em 20 de maio, quando conversaram sobre a cooperação bilateral em defesa e a ampliação de intercâmbios no campo cultural, além da guerra da Rússia na Ucrânia.
Papa
No Vaticano, Lula e o Papa Francisco deverão aprofundar o diálogo que os dois mantiveram por telefone na semana passada, quando abordaram questões sobre a defesa da paz na Ucrânia e o combate à pobreza. Lula deverá ainda reafirmar o convite feito ao Papa para que ele visite o Brasil. Lula quer aproveitar a ida ao Vaticano para se encontrar com o presidente da Itália, Sergio Mattarella.
Taxa de jurosNa terça (20) e na quarta-feira (21) o Comitê de Política Monetária (Copom) fará nova reunião para discutir os rumos da taxa Selic e a situação da economia brasileira. Os membros do Comitê irão decidir se a taxa básica de juros aumenta, diminui ou se mantém estável.
É quase consenso entre os analistas econômicos de que a taxa de juros no patamar atual de 13,75% é um exagero, pois não condiz com a realidade econômica do país. Não seria surpresa, portanto, se ela começasse a cair já a partir desta semana, apesar da resistência inexplicável do presidente do Banco Central (BC) e aliado de Bolsonaro, Roberto Campos Neto.
