O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem chocado boa parte do planeta com declarações escabrosas, racistas e de cunho imperialista. Na mais recente delas, ele manifestou desejo de promover uma limpeza étnica em Gaza, demonstrando um nível de ódio e de desprezo pelos homens, mulheres e crianças da Palestina, capazes de causar inveja, até mesmo, a uma certa liderança da Alemanha, dos anos das décadas de 1930 e 1940.
No curto período desse seu segundo mandato, iniciado há apenas 18 dias, Trump já comprou briga com meio mundo.
Ameaçou impor tarifas de 100% aos países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã), caso o bloco venha a adotar, em suas transações comerciais, uma moeda própria ou qualquer outra moeda em substituição ao dólar estadunidense.
Falou em transformar o Canadá no 51º estado norte-americano; retomar o Canal do Panamá e a Groenlândia, território que pertence à Dinamarca.
Encontrou também tempo para rebatizar o Golfo do México, trocando o seu nome para Golfo da América. Além dos Brics, ameaçou deflagrar uma guerra comercial com a Europa, China, Canadá, México e Brasil, impondo tarifas pesadas para os produtos exportados por esses países para os EUA.
Porém, no caso de Gaza, o mandatário estadunidense, foi além. Disse, sem empatia e nenhuma emoção, que ele e o primeiro-ministro Israel, Benjamin Netanyahu, irão assumir aquela região, que foi devastada pelo exército de Israel, para transformá-la num grande “resort”.
“Vamos ser os donos” (de Gaza), afirmou na terça-feira (4).
As declarações ameaçadoras tem assustado o mundo, apesar de muitos acharem que elas são de difícil aplicação prática.
Muitos acreditam que, na verdade, tudo não passaria de um grande blefe. Uma estratégia para intimidar e esticar a corda para levar vantagem em suas negociações comerciais.
Lula reage
Pelo sim, pelo não, a posição firme exposta pelo presidente Lula nesta quarta-feira (5) veio em boa hora.
“Nós defendemos a criação do Estado Palestino, igual o Estado de Israel, e estabelecer uma política de convivência harmônica, porque é disso que o mundo precisa. O mundo não precisa de arrogância, de frases de efeito. O mundo precisa de paz e tranquilidade”, disse.
E emendou: “Quem tem que cuidar de Gaza são os palestinos. O que eles precisam é ter uma reparação de tudo aquilo que foi destruído, para quem possam reconstruir suas casas, hospitais, escolas, e viver dignamente com respeito”.
Ainda bem que Lula teve coragem para dizer verdades a Trump e colocá-lo no seu lugar. Botar um freio nas suas intenções expansionistas.
Porque, senão, numa dessas, vai que ele se lembre da Amazônia, vire sua artilharia para o nosso lado, e sob algum pretexto resolva anexá-la.