O Papa Leão XIV denunciou nesta segunda-feira (30) o uso da fome como arma de guerra, em mensagem enviada à 44ª Sessão da Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura – FAO, que celebra este ano seu 80º aniversário.
“Queimar plantações, roubar gado e bloquear ajuda humanitária são táticas usadas para controlar populações indefesas. Matar de fome é uma forma barata de fazer guerra,” afirmou, em alusão ao massacre promovido pelo governo israelense de Benjamin Netanyahu na Faixa de Gaza.
No documento, o pontífice critica a polarização global e exorta a comunidade internacional a agir com coragem e fraternidade para erradicar a fome no mundo.
Leão XIV critica a lógica que permite que civis sofram na miséria enquanto elites políticas enriquecem com corrupção e impunidade e alerta para a necessidade de superar a era dos slogans e das promessas vazias. Adiar soluções só aumenta o sofrimento. É hora de transformar palavras em ações concretas.
Segundo ele, existe um vínculo direto entre crise climática, fome e desigualdade, e afirma que sistemas alimentares e mudanças climáticas se influenciam mutuamente: “sem ação climática coordenada, não haverá segurança alimentar”.
O Papa também condenou o desvio de recursos e tecnologias para a indústria de armas, enquanto milhões seguem passando fome, e alerta que a crescente polarização destrói a fraternidade, esfria relações humanas e enfraquece a comunhão social.