A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta segunda-feira (22) o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo, neto do general e ex-ditadorJoão Batista Figueiredo (1979-1985), pelo crime de coação no curso do processo da trama golpista.
A denúncia foi feita no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata da atuação do parlamentar junto ao governo dos Estados Unidos para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro, ministros da Corte e outras autoridades.
Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Eduardo Bolsonaro e Figueiredo, que moram nos Estados Unidos, ajudaram a promover “graves sanções” contra o Brasil no intuito de demover o STF de condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro pela trama golpista.
“Todo o percurso estratégico relatado confirma o dolo específico de Eduardo Bolsonaro e de Paulo Figueiredo de instaurar clima de instabilidade e de temor, projetando sobre as autoridades brasileiras a perspectiva de represálias estrangeiras e sobre a população o espectro de um país isolado e escarnecido”, disse Gonet.
De acordo com o procurador, os acusados se apresentaram nas redes sociais e em entrevistas como articuladores das sanções e fizeram ameaças aos ministros da Corte.
“Apresentaram-se como patrocinadores dessas sanções, como seus articuladores e como as únicas pessoas capazes de desativá-las. Para a interrupção dos danos, objeto de ameaças, cobraram que não houvesse condenação criminal de Jair Bolsonaro na AP (Ação Penal) 2.668”, afirmou Gonet.
Bolsonaro chegou a ser investigado nesse inquérito da Polícia Federal (PF), mais não foi denunciado. Em função dessa investigação, o ex-presidente cumpre prisão domiciliar e foi obrigado a usa tornozeleira eletrônica.
Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os dois (Eduardo e Paulo Figueiredo) viram réus na Corte.
Outro lado
Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo divulgaram nota conjunta à imprensa desqualificando a denúncia da PGR e reafirmando que vão continuar agindo com “parceiros internacionais”para que novas sanções sejam impostas a autoridades brasileiras.
“Esqueçam acordos obscuros ou intimidações que suaram por anos, porque não funcionam conosco – isto vale para maus esta denúncia fajuta dos lacaios do Alexandre na PGR. O recado dado hoje é claro: o único caminho sustentável para o Brasil é uma anistia ampla, geral e irrestrita, que ponha fim ao impasse político e permita a restauração da normalidade democrática e institucional”.
(*) Com informações da Agência Brasil e da PGR