Senadores direitistas comemoraram a aprovação de proposta de mudança no texto da Constituição (PEC), que limita os poderes dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Até aí, tudo bem. Pode-se concordar ou não com a medida, mas ela faz parte do jogo.
O que não deu para entender foi o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), dar o seu voto favorável a uma proposta que só interessava à direita e à extrema direita.
E isso pegou mal, muitíssimo mal, para ele e para o próprio governo.
Ao ponto de a própria presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), dizer que o voto de dele foi “um erro”. A petista disse também que a proposta é “revanche da extrema-direita” e que irá trabalhar para barrá-la na Câmara dos Deputados.
Mas Wagner não se contentou em ter sido o único petista a votar favoravelmente. Após a votação, ele fez questão de perambular pelo plenário em festa e trocar olhares de cumplicidade, com senadores como Sergio Moro e cumprimentos com a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), a ex-ministra fundamentalista e ultraconservadora do governo Bolsonaro.