Os irmãos Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro são alguns dos que ficaram de fora, mas há outros

Sensação é de que lista da PF poderia ser maior

O 8 de janeiro de 2023 foi uma pequena amostra do que poderia vir. Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Os filhos de Bolsonaro, Flávio, Eduardo e Carlos, por exemplo, ficaram de fora da lista dos 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado. (Leia post anterior).

Assim como eles, o vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão, também não foi relacionado.

Outro nome que não aparece é o do também general e ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Pode ser que a PF não tenha achado nenhuma prova contra eles.

Mas é estranho.

Os filhos estão na política há anos – um é senador, outro é deputado federal e o terceiro, vereador.

Estão metidos no projeto de poder do pai até o pescoço.

Os três participaram ativamente do governo de Bolsonaro, com quem sempre estiveram a tiracolo, nas agendas oficiais e, principalmente, nas extra-oficiais, aquelas que não são divulgadas ao público.

Mourão, além de vice-presidente da República à época da trama golpista, era companheiro de farda dos generais Braga Netto e Augusto Heleno, e dos demais militares indiciados.

Ao todo, foram sete generais e 18 militares de variadas patentes indiciados. Juntos, eles respondem por quase 70% do total da lista.

Mourão pode até não ter participado do planejamento do golpe, e, por isso, talvez, a PF não o indiciou.

Da mesma forma, Pazuello, que teve o diretor do ministério da Saúde durante a sua gestão, o major da reserva do Exército, Angelo Martins Denicoli, indiciado.

É difícil imaginar que eles não sabiam de nada. Todos são muito bem informados e estavam inseridos no núcleo do poder de um governo integrado em sua maioria por militares.

Se tomaram conhecimento e não fizeram nada para impedir o plano golpista, prevaricaram todos.

Nesse caso, eles terão sido no mínimo cúmplices de uma organização criminosa.

Um bando que armou o que seria um golpe contra a democracia. Certamente, o mais violento e sangrento da história da República brasileira, superando em muito o de 1964.

Até porque, ele seria inaugurado com um triplo assassinato: do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do seu vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

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