Ao manter a corrida ao lado do biotério, PBH prejudica diversas instituições públicas de MG e de outros 5 estados

Stock Car ameaça pesquisas de remédios e vacinas na UFMG; PBH ignora alertas

Barulho da corrida poderá matar as cobaias conservadas no biotério, que está situado a 100m do circuito. Foto: Raphaella Dias | UFMG

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) segue ignorando os alertas feitos pela Universidade Federal de Minas Gerais, pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e pela comunidade científica em geral, sobre a ameaça que a realização da corrida de Stock Car nas imediações do Biotério Central da UFMG, representa para as pesquisas de remédios e vacinas desenvolvidas naquele local.

O biotério está localizado a apenas 100 metros do circuito de rua que servirá à corrida. E nem o fato de ele ser considerado estratégico para a conservação de animais, especialmente roedores, rãs, coelhos e insetos, que serão utilizados em experimentos científicos e em pesquisas de dezenas de instituições públicas mineiras e de outros cinco estados, sensibiliza a PBH.

Do biotério, segundo a UFMG, saem anualmente mais de 23 mil unidades de roedores padronizados para pesquisas científicas conduzidas pela universidade e instituições parceiras.

São quatro espécies de camundongos que servem de cobaias para o teste de vacinas, remédios e tratamentos para uma infinidade de doenças, como a covid, dengue, malária, leishmaniose, hanseníase, Alzheimer e até mesmo diversos tipos de câncer.

Cobaias não sobrevivem ao barulho excessivo

A coordenadora do Biotério Central, pesquisadora e professora do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Adriana Abalen, explica as cobaias são bastante sensíveis a ruídos e vibrações, e por isso, a sobrevivência delas pode ficar comprometida caso sejam expostas ao ronco dos motores da Stock Car, que começam nos 110 decibéis.

Criados em ambientes altamente controlados, tanto de contaminação quanto de perturbações externas, esses pequenos animais que podem salvar milhões de vidas já se fragilizam quando expostos a ruídos acima de 70 decibéis, afirma a coordenadora do biotério. 

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