Coletivos ambientais temem a degradação do parque e alertam para impactos na biodiversidade e na qualidade da água

Ameaça de mineração no Rola Moça mobiliza ambientalistas e moradores de Brumadinho

Parque Estadual da Serra do Rola Moça tem sido alvo da cobiça de mineradoras

Ambientalistas, ciclistas e moradores de Brumadinho, promoveram no domingo (27) um abraço simbólico do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, que encontra-se ameaçado pela mineração.

O ato em defesa da preservação do parque, contra a reativação da mineração na cabeceira do Ribeirão Catarina, nascente que abastece Casa Branca e abriga a cachoeira da Ostra, foi convocado pelos movimentos das Águas e Serras de Casa Branca e Rola Moça Resiste.

A manifestação aconteceu no Mirante dos Veados e serviu para alertar para os impactos sociais e ambientais que podem ocorrer numa área de conservação super sensível. A mineração na área afetaria não apenas a qualidade da água e a biodiversidade do parque, mas também o próprio modo de vida local.

TAC

Os coletivos ambientais e os moradores Brumadinho passaram temer a retomada da atividade mineraria na região, depois que a Mineração Geral do Brasil (MGB) assinou, em 2023, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) e os ministérios públicos de Minas Gerais (MPMG) e Federal (MPF), visando o descomissionamento de duas barragens no entorno do parque.

Chamou a atenção a falta de transparência do TAC. A comunidade não foi consultada e só tomou conhecimento do documento neste ano, por acaso, quando foi agendada a reunião do Conselho Consultivo do Parque para tratar sobre a situação. Incialmente marcada par o dia 7/4, a reunião foi cancelada por falta de quorum.

Isso acabou levantando suspeitas de que o real interesse da mineradora por trás de sua concordância com o TAC é o de retomar a operação na mina de Casa Branca, desativada há quatro anos.

O TAC prevê a construção de uma estrada para possibilitar o escoamento do rejeito de minério. O projeto da empresa prevê que um trecho de 1,8 quilômetro passe dentro do parque estadual.

Além de degradar a área preservada, com o trânsito intenso de caminhões (a previsão de que cerca de 2 mil deles, com 32 toneladas de rejeitos de minério cada, circulem diariamente pelo parque ao longo de 5 anos), há desconfiança dos ambientalistas e dos moradores de que a estrada possa funcionar como um facilitador para a retomada da mineração da MGB no local.

Diante desse quadro, uma ação popular já foi ajuizada pedindo o cancelamento do TAC.

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