Condecorar o ex-juiz e senador, Sergio Moro (União Brasil), com a Grande Medalha da Inconfidência – a principal honraria do estado de Minas Gerais – como decidiu fazer o governador Romeu Zema (Novo) neste 21 de abril, é um erro histórico imenso, é trair os ideais dos inconfidentes mineiros, que lutaram pela liberdade e sonharam com uma nação justa e livre de toda forma de opressão.
Como juiz, à frente da Operação Lava Jato, Moro usou o cargo de magistrado politicamente a seu favor e se mostrou oportunista e carreirista. Agiu exatamente na contramão daqueles que, assim como os inconfidentes, buscam justiça.
Na eleição de 2018, por exemplo, sob o pretexto de combater a corrupção, ele manipulou as investigações, prendeu Lula sem provas e assegurou a vitória de Bolsonaro.
Como recompensa foi nomeado ministro da Justiça, mas seu verdadeiro sonho, era o de entrar para o Supremo Tribunal Federal (STF). Uma estratégia mirabolante que quase deu certo, e por pouco não explodiu o país. Mas, ainda assim, destruiu grandes empresas nacionais, provocou o desemprego de milhares de trabalhadores, gerou prejuízo enorme para economia brasileira e abriu as portas do país para o fascismo.
Zema, portanto, não só ignorou a história da Inconfidência Mineira e o papel fundamental que esse movimento libertário desempenhou na formação do Brasil, como também fez questão de desconhecer todo o simbolismo que a cidade de Ouro Preto representa para a resistência e a formação política e cultural do Brasil.
O governador fez de conta também que não viu a decisão do STF, que julgou Moro como tendo sido um juiz parcial e suspeito, e, por isso anulou as suas decisões tomadas no âmbito da Lava Jato. Homenageá-lo no 21 de abril é, desta forma, mais do que um acinte, é dar as costas para o povo e uma banana para a democracia.