A deputada estadual Lohana França (PV) é a sexta parlamentar mineira a sofrer ameaças de estupro “corretivo”, seguido de morte, em menos de um mês. A mensagem criminosa chegou até ela por meio do e-mail institucional da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Tão logo viu o teor do texto, ela registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos, da Polícia Civil de Minas Gerais, nesta quinta-feira (24/8), e fez questão de tornar o caso público.
Em nota, a assessoria da deputada informou que o autor do e-mail, numa mensagem “recheada de conteúdo machista e misógino”, diz que sabe os dados pessoais dela, como seu endereço. Entre outras ameaças, o criminoso afirma que vai “invadir a sua residência, dar um tiro na cabeça da deputada para estragar o velório e metralhar sua equipe”.
Lohana disse que a ameaça é uma clara tentativa de intimidá-la e de interferir na sua atividade parlamentar e representa o discurso de ódio às mulheres, já que outras deputadas também foram ameaçadas.
“A gente sabe que é uma tentativa de calar as nossas vozes, porque o nosso trabalho está aqui para colocar as mulheres no espaço de poder, as minorias nos espaços de poder e fazer discussões tão importantes para Minas Gerais, as cidades e todo o Brasil”.
As outras ameaçadas
As outras parlamentares de Minas Gerais ameaçadas nos últimos 20 dias são a deputada estadual e presidente do PSOL-BH, Bella Gonçalves, as vereadoras Cida Falabella (PSOL-BH) e Iza Lourença (PSOL-BH), e as deputadas federais, Dandara Tonantzin (PT-MG) e Duda Salabert (PDT-MG). Em comum, todas as cinco têm o fato de serem mulheres e LGBTI+ e atuarem no mesmo campo progressista da esquerda, com bandeiras políticas semelhantes.