Ao contrário do que esperava, Jair Bolsonaro (PL) deverá se contentar em assistir à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pela televisão, daqui mesmo do Brasil.
Até esta quarta-feira (15), ele ainda alimentava alguma esperança de poder participar da cerimônia em Washington (EUA), para a qual diz ter sido convidado. A posse será na próxima segunda-feira (20).
Mas, a resposta do procurador-geral da República, Paulo Gonet, dada ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, recomendando barrar a tão sonhada viagem, jogou um balde de água fria nas suas pretensões e trouxe o ex-presidente para a dura realidade dos diversos processos que vem enfrentando na Justiça.
O seu passaporte está retido pela Justiça desde fevereiro do ano passado, e o pedido para liberá-lo temporariamente para a posse foi feito ao STF pelos seus advogados. Moraes submeteu a requisição à análise da PGR. Com a negativa de Gonet, caberá ao ministro dar a palavra final sobre o assunto.
Dez entre 10 analistas não têm dúvida de que Moraes seguirá a recomendação do PGR.
Afinal, que sentido haveria deixar Bolsonaro viajar para o exterior no atual momento, quando as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado convergem para responsabilizá-lo como o suposto cabeça de toda a trama golpista.
Há ainda, a desconfiança de que a viagem nada mais seria do que uma excelente oportunidade para o ex-presidente estender ad infinitum a sua permanência no exterior, de maneira a escapar dos processos e de eventuais condenação e prisão.