Valor do saldo equivale a oito folhas de pagamento do funcionalismo público mineiro

Com R$ 23,7 bi em caixa, Zema tenta vender a ideia de que MG está quebrada

Sindicalistas da Frente de Defesa do Serviço Público são contrários à adesão ao RRF para pagar dívida de MG com a União. Foto: Bloco Democracia e Luta

Minas Gerais é um estado sucateado, mas não por falta de dinheiro. Dinheiro tem e é isso que mostra relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) divulgado nesta segunda-feira (4) pela Frente de Defesa do Serviço Público.

O documento detalha a situação financeira estadual e aponta que em agosto deste ano, o governo Romeu Zema (Novo) tinha em caixa um saldo da ordem de R$ 23,7 bilhões.

O saldo encontrado pelo TCE-MG vem das três contas mantidas pelo governo mineiro. Juntas ela somam R$ 22.345.343.995,54. A esse valor o tribunal somou aplicações financeiras de cerca de R$ 1,7 bilhão. Os dados do TCE-MG mostram também que há um crescimento positivo do caixa desde dezembro de 2021.

RRF

A Frente de Defesa do Serviço Público é integrada por sindicalistas contrários à proposta de Zema, que vê na adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e à privatização de empresas estratégicas, como a Cemig (energia), Copasa (água e saneamento) e Codemig (exploração de reservas de nióbio em Araxá), como as únicas saídas para renegociar a dívida com o governo federal, de cerca de R$ 160 bilhões.

O governo Zema insiste na tese de que, sem a adesão ao plano de ajuste de contas até o próximo dia 20 deste mês, ele não terá como pagar os salários de janeiro.

Mas para a coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (SindUTE-MG), Denise Romano Neto, tal argumento é uma chantagem, pois, o estado tem recurso “de sobra”.

“O valor desse saldo equivale a 8 folhas de pagamento do funcionalismo. Então, a chantagem que o governo tem feito através do próprio governador e dos secretários não corresponde à realidade dos fatos”, disse.

“O saldo é de agosto, último dado disponível no TCE. Já estamos em dezembro. Então, hipoteticamente, se o estado não arrecadasse mais nada a partir de agosto ou a partir de amanhã, teria condições de arcar com a folha por mais oito meses”, disse.

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