O senador Jorge Seif (PL-SC) não vê nada de mais no ato covarde protagonizado pelo policial militar de São Paulo, Luan Felipe Alves Pereira, que jogou o entregador Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, de cima de uma ponte na capital paulista.
Seif acha no entanto, que o PM cometeu um único “erro”: em vez de arremessar de uma ponte, “deveria ter jogado o homem de um penhasco”.
“O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco. Porque com essa justiça sem vergonha que libera vagabundo em audiência de custódia, levar pra delegacia e ser satirizado por criminoso é o fim do mundo. Tomar um banho no córrego é prêmio”, afirmou sua excelência na conta que mantém no X.
Devido à péssima repercussão, ele reescreveu o texto, transformando a sua afirmação numa dúvida:
“O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego? Não foi do penhasco?”
Aproveitou ainda para emendar ao texto sua “solidariedade e apoio incondicional aos PMs” e ao secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), considerou a ação da PM paulista “repugnante”, mas não disse nada sobre as afirmações do colega senadorJorge Seif.
Ainda não há informação se a Comissão de Ética do Senado irá analisar o caso. É bem provável que isso aconteça.
Seria uma boa oportunidade para que ela responda se algum parlamentar pode usar publicamente o seu mandato, para propor aberrações como as que Jorge Seif sugeriu: julgamento sumário de qualquer cidadão por parte da PM, pena de morte com requintes de crueldade.
Se isso não fere a ética do mandato e não leva à cassação do parlamentar, servirá muito provavelmente para manchar a imagem e desmoralizar o Senado.