O tenente-coronel do Exército, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro na presidência da República, Mauro Cid, foi à sede da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (18), para prestar depoimento sobre o esquema de fraudes em cartões de vacina contra a Covid-19, detectado no Ministério da Saúde.
Quem esperava que ele fosse aproveitar a oportunidade para reafirmar sua lealdade a Bolsonaro, assumindo a culpa pelo crime e, dessa forma, isentando o seu ex-chefe de qualquer responsabilidade pela operação fraudulenta, deve ter ficado bastante decepcionado (e preocupado) com o oficial militar. O fato de ele ter entrado mudo e saido calado da PF, poderia indicar a estratégia de quem estaria planejando uma possível delação.
Afinal, Mauro Cid não foi um simples ajudante de ordens. Ele é um oficial de alta patente do Exército Brasileiro, filho de um general, que estava ali para cumprir sua missão fosse ela qual fosse. Além disso, ele sempre foi considerado uma espécie de braço-direito e verdadeira sombra de Bolsonaro, um homem da sua mais alta confiança, que cuidava inclusive das despesas pessoais do casal presidencial, tanto de Jair quanto da ex-primeira-dama, Michelle.
No entanto, Cid está preso há 15 dias (desde o dia 3 de maio), em decorrência das investigações da PF que apuram esse caso. Os agentes chegaram até ele, após quebrarem o seu sigilo telefônico e encontrarem diálogos comprometedores, com indícios de negociações suspeitas em torno de cartões de vacinação.
As fraudes teriam sido feitas para favorecer o ex-presidente e uma sua filha adolescente, além de outros auxiliares bem próximos de Bolsonaro, facilitando o ingresso deles em países que exigiam o comprovante de vacina.
Novo encontro marcado
Na segunda-feira (22), o coronel Cid tem outro encontro marcado com a PF. Dessa vez, para tratar de um caso ainda mais nebuloso, o das joias milionárias que a Arábia Saudita presenteou o governo brasileiro nas figuras de Bolsonaro e da então primeira-dama.
Vai ser interessante assistir como ele vai se sair dessa vez. Esclarecendo de vez esse furto de bens públicos, revelando novos fatos e personagens na trama ou ludibriando e confundindo ainda mais o processo?
Façam suas apostas!
Foto: Agência Brasil
