A Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG) e o Centro de Documentação Eloy Ferreira (CEDEFES) divulgaram uma nota nesta terça-feira (5/3) cobrando justiça pela morte do Cacique Merong (Wallace Santos Souza), liderança do povo Kamakã Mongoió. Ele foi encontrado morto na segunda-feira (4/3).
Considerado uma das principais lideranças indígenas do Brasil, Merong atuava na Retomada Indígena Kamakã Mongoió, em Córrego de Areias, Casa Branca (Brumadinho-MG).
A seguir, a nota divulgada pelas duas entidades:
“Justiça pelo Guerreiro Merong Kamacã Mongoió
Merong nasceu em Contagem (MG) e foi viver na Bahia ainda criança. Como liderança, também exerceu atividades no Rio Grande do Sul e participou da Ocupação Lanceiros Negros, iniciativa que contribuiu com as retomadas Xokleng, no município gaúcho de São Francisco de Paula, e Guarani Mbya em Maquiné.
A Polícia Federal deve conduzir as investigações para saber sobre sua morte. A luta aguerrida e justa de Merong incomodava muito a Vale S/A, policiais e outras pessoas cúmplices das relações sociais escravocratas do capitalismo.
Quem matou Merong?
O cacique Merong dia 25/02/24 nos disse que diante das injustiças sociais há muitos jovens brasileiros suicidando, mas ‘eu sou jovem, mas jamais suicidarei’. Merong disse várias vezes: ‘Se me matarem na luta, me transformarei em adubo para fazer germinar mais lutas pelos direitos indígenas para retomarmos nossos Territórios.
A mineradora Vale S/A só destrói Brumadinho, Minas Gerais e o estado do Pará. Para a Retomada Kamakã Mongoió, aqui em Brumadinho, fomos e somos guiados pelo Grande Espírito. Se me tombarem na luta, quero ser plantado no nosso Território Kamakã.
Nós, do Centro de Documentação Eloy Ferreira (CEDEFES) e Comissão Pastoral da Terra (CPT/MG), rendemos a ele nossa justa Homenagem! Que os Encantados deem força à sua família e seus parentes. Cacique Merong! PRESENTE! PRESENTE! PRESENTE! Cacique Merong, mais um mártir da luta dos Povos Indígenas no Brasil”.