Com atraso de 21 dias, finalmente a Câmara dos Deputados cassou nesta terça-feira (6), o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). A medida ocorre depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter decidido, no dia 16 de maio, por unanimidade, cassar o registro do ex-Procurador do Ministério Público Federal (MPF) e ex-chefe da Força-Tarefa da Lava Jato, relativo às eleições do ano passado.
Dallagnol se recusou a aceitar a decisão do TSE e, graças à inércia da Câmara, aproveitou seus derradeiros dias como deputado para circular como um morto-vivo pelos salões e plenário do parlamento, tentando se passar por vítima de perseguição política e atacando a Justiça Eleitoral, na figura do ministro Benedito Gonçalves, que foi o relator do seu caso naquela Corte. Ele chegou a afirmar que Gonçalves “entregou sua cabeça em troca de uma vaga no Supremo” (STF).
Durante o período que permaneceu no limbo, ele mostrou a que veio: ajudou a colocar as vidas dos povos indígenas em risco e buscou atrapalhar ainda mais a economia e a vida dos brasileiros, votando, respectivamente, a favor do marco temporal e contra a aprovação da urgência do projeto de lei do arcabouço fiscal defendido pelo governo Lula e ansiosamente aguardado pelo setor produtivo, por investidores e pelo mercado financeiro. Em nota explicativa, a Câmara reiterou que não cabe a ela a discussão de mérito sobre o assunto que já havia sido decidido pelo TSE. “Não se trata de hipótese de em que a Câmara esteja caçando mandato parlamentar, mas exclusivamente declarando a perda do mandato, conforme já decidido pela Justiça Eleitoral”, diz trecho do comunicado.