Depoimento-bomba do hacker e possível confissão de Mauro Cid podem levar ex-presidente à prisão

Denúncias empurram Jair para beco sem saída

Walter Delgatti fez denúncias graves na CPMI e se propôs a fazer acareação com Bolsonaro. Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O depoimento-bomba que o hacker Walter Delgatti fez nesta quinta-feira (17) à CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro deixou Jair Bolsonaro (PL) em maus lençóis. As graves denúncias apresentadas por ele sobre a tentativa de golpe, aliadas à confissão a ser feita nos próximos dias pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no caso das joias, podem levar o ex-presidente à prisão muito mais cedo do que se imagina.

Sigilos quebrados

Para complicar ainda mais a situação do ex-presidente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou na noite desta quinta-feira, a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e de Mauro Cid.

Joias

A defesa de Mauro Cid afirmou que o tenente-coronel irá confessar sua participação no caso das joias e, provavelmente, implicar Bolsonaro no esquema de venda ilegal de joias presenteadas por governos de outros países, que deveriam ter sido incorporadas ao acervo da União, mas que foram embolsadas pelo então presidente.

Forças Armadas

Já Delgatti, em seu depoimento à CPMI, afirmou que orientou os militares responsáveis por produzir o relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Ele explicou que o trabalho junto aos militares foi uma ordem expressa de Bolsonaro, após uma reunião de cerca de 1h30, ocorrida no Palácio da Alvorada no dia 10 de agosto de 2022.

De acordo com o hacker, o pedido do então presidente chegou a ser questionado pelo coronel Marcelo Câmara, que acompanhava a reunião. “Ele contrariou. Ele disse: ‘Não, mas lá (no Ministério) é complicado’. E o Bolsonaro disse: ‘Não, isso é uma ordem minha. Cumpra’”.

Ele disse que entrou pela porta dos fundos do prédio (do Ministério da Defesa), e que se reuniu com o ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, além de servidores ligados à área de Tecnologia da Informação da pasta. Ao todo, segundo ele, teriam sido cinco reuniões.

Indulto

Delgatti afirmou também que Bolsonaro tinha planos de fraudar as urnas eletrônicas e lhe prometeu conceder indulto (perdão da pena, efetivado mediante decreto presidencial), caso assumisse a autoria de um suposto grampo contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.  

Zambelli

Ainda segundo Delgatti, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) intermediou seu encontro com o então presidente e disse ter recebido dela R$ 40 mil para invadir sistemas do Poder Judiciário e inserir falsos documentos e alvarás de soltura. 

(*) Com informações da Agência Brasil

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