Lula optou por dois homens brancos para postos-chave na República em detrimento de mulheres e pretos

Fim do mistério: Lula indica Dino para o STF e Gonet para a PGR

Com ida de Flávio Dino para o STF governo perde um de seus ministros mais combativos e brilhantes. Foto: Lula Marques / Agência Brasil

Após quase dois meses de suspense e de muita especulação, o presidente Lula indicou finalmente, nesta segunda-feira( 27), os nomes de Flávio Dino, para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e de Paulo Gonet, para o cargo de procurador-geral da República.

Lamentavelmente, mais dois homens brancos escolhidos para postos-chave da República, em detrimento de vários outros nomes de mulheres e de pretos, que circularam fortemente para ocupar as respectivas vagas.

No caso do STF a presença feminina, em vez de aumentar, diminuiu de duas para uma, ja que o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, irá ocupar a vaga que foi da ministra Rosa Weber, que se aposentou no dia 30/9. Na Corte composta por 11 ministros, apenas a ministra Carmen Lúcia restou como representante do universo feminino.

Além de não seguir com outra mulher no STF, o presidente deixou de corrigir outra injustiça histórica, caso indicasse um preto (ou preta) para a Corte. Desde a redemocratização (1985), dos 30 ministros indicados para ocupar uma cadeira no STF, só um era preto. Joaquim Barbosa, indicado pelo próprio Lula, que permaneceu na Corte de 2003 a 2014.

PGR

Também na PGR não foi desta vez que a injustiça racial histórica foi reparada. O vice-procurador-geral eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Paulo Gonet, assumirá o posto que foi de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR) até 27/9.

Ele será o décimo PGR nomeado para chefiar a instituição que, desde a redemocratização, nunca teve um preto(a) no seu comando.

Senado

O vice-procurador-geral eleitoral junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Paulo Gonet, assumirá o posto que foi de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR) até 27/9.

Os nomes de Dino e Gonet já foram encaminhados ao Senado onde serão submetidos a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Após passarem pela CCJ, eles deverão ser aprovados ainda pelo Plenário do Senado. A expectativa é de que todo esse processo ocorra até o dia 23/12, quando o Congresso entrará em recesso.

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