Documentário alemão mostra impactos na biodiversidade e na comunidade de Araçuaí e acende alerta

Mineração de lítio avança no Vale do Jequitinhonha

O documentário “À beira do abismo – a batalha por matérias-primas: a mineração de lítio no Brasil”, produzido pelo canal alemão SWR, mostra a corrida pela exploração desse mineral valioso e altamente estratégico nos municípios de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, a região mais pobre de Minas Gerais.

Embora a empresa que está à frente do negócio procure demonstrar preocupação social e se autodenomine sustentável e responsável, o documentário levanta dúvidas acerca desses propósitos e acende o alerta.

O próprio histórico da exploração mineral em Minas Gerais reforça tais dúvidas. O Estado sofre há séculos com todo tipo de mineração (ouro, diamante e outras pedras preciosas, minério de ferro etc) que, invariavelmente, deixa um rastro de destruição no meio ambiente e impactos negativos nas comunidades tradicionais onde acontece.

O filme permite antever, ao estilo “Bacurau”, um futuro sombrio para a população local do Vale, com a possível geração de um passivo ambiental enorme e de uma nova forma de colonialismo na região – detentora da maior reserva de lítio do Brasil(85%) e a sétima do mundo, e que já está sendo chamada de “Vale do Lítio”.

Ouro branco

O lítio é um mineral raro, estratégico e valioso. Devido ao seu valor e à sua cor branco-acinzentada ganhou o apelido de “ouro branco”. Ele é empregado largamente na produção industrial de diversos produtos, desde medicamentos (antidepressivos), cerâmicas, vidros, graxas/lubrificantes, ligas metálicas, baterias de celulares, computadores, carros elétricos, até aviões e foguetes.

Empresas do Canadá, Estados Unidos e de outros países, já fincaram o pé ou fazem prospecções em Araçuaí. Entre elas, estão empresas do multibilionário Elon Musk, fabricante de carros elétricos e foguetes, que já demonstrou interesse nas jazidas da região.

Assista ao documentário no link abaixo, disponibilizado pelo blogdopledlowski.com. Vale a pena.

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