Durou cerca de 15 minutos o que era para ser o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (22/2), em Brasília. Ele foi intimado a depor no âmbito do inquérito que investiga a sua participação na suposta tentativa de golpe de Estado, tramado para acontecer após as eleições de 2022.
Bolsonaro escolheu ficar em silêncio. Alegou que a sua defesa não teve acesso a todos os elementos da investigação, incluindo a delação do seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid.
Apesar de as investigações da PF apontarem para colocar Bolsonaro no centro da trama golpista, a defesa do ex-presidente nega tal possibilidade. Ela afirma que o ex-presidente não teve qualquer tipo de participação na elaboração de um decreto ilegal, que supostamente embasaria a consumação de um golpe de Estado.
De acordo com o advogado Paulo Cunha, Bolsonaro não cometeu nenhum delito. Ele afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo, que o ex-presidente “não teme nada porque não fez nada”. E disse, ainda, que Bolsonaro “nunca foi simpático a qualquer tipo de movimento golpista”.
Outros depoimentos
Além de Bolsonaro, também prestaram depoimento na sede da PF nesta quinta-feira, os generais e ex-ministros Braga Netto (Defesa) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, entre outros militares. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também foi intimado a prestar depoimento.
Ao todo, 24 pessoas foram ouvidas de forma simultânea em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Uma outra prestará depoimento nesta sexta-feira no Ceará.