Depois da tentativa fracassada de emplacar o nome de Olavo de Carvalho, um dos principais ideólogos da extrema-direita brasileira, em um viaduto na região central da capital mineira, que já leva oficialmente o nome de Helena Greco, ex-vereadora, fundadora do PT e famosa pela sua luta contra a ditadura, a Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) voltou à carga esta semana.
Como não foi possível alterar a identidade do elevado, devido à reação à medida, ela resolveu desengavetar um projeto de lei (PL) e batizar uma rua da capital mineira com o nome de Olavo de Carvalho, escritor e astrólogo, que nunca deve ter pisado em Belo Horizonte, mas fez a cabeça de Jair Bolsonaro e ajudou a disseminar o ódio entre os brasileiros, propagando suas ideias misóginas, homofóbicas e racistas entre suas centenas de milhares de seguidores.
O PL foi apresentado por um ex-parlamentar Uner Augusto (PRTB) e aprovado na terça-feira (6) pela Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) da CMBH. A maioria dos PLs desse tipo quando aprovados na CLJ não precisam, necessariamente, ser submetidos ao plenário. Eles podem seguir diretamente para a sanção ou não do prefeito.
Polêmico
Polêmico, Olavo de Carvalho foi alvo de diversos processos no Brasil por ofensas e danos morais, tendo perdido a maioria das ações. Uma delas para o cantor e compositor Caetano Veloso, a quem foi condenado a pagar R$2 milhões.Carvalho chegou a ser denunciado também pela própria filha, Heloisa de Carvalho Arribas, no livro escrito por ela, em parceria com o filósofo Henry Bugalho, intitulado ” Meu pai, o guru do presidente”, lançado pela Kotter Editorial.
No final de 2021 Olavo de Carvalho fugiu do Brasil após ser intimado pela Polícia Federal (PF) a depor no inquérito que investigava a existência de milícias extremistas digitais no país. Escolheu morar nos Estados Unidos (EUA), onde morreu no início de 2022.