A decisão do TRF-4 – o tribunal que se notabilizou por chancelar (sem pestanejar), todas as ações oriundas da Lava Jato – de afastar o juiz da 13ª Vara de Curitiba, Eduardo Appio, é mais uma demonstração de que aquela malfadada e tenebrosa operação, para apreensão geral, segue atuante.
O motivo do afastamento de Appio é bem claro: ele vinha investigando as teratológicas ações perpetradas pelo seu antecessor, Sergio Moro, e pelo então procurador, Deltan Dallagnol, que, como é do conhecimento geral, se arvoraram no papel de xerifes para combater a corrupção no país, e deu no que deu. Devido à enorme sequência de investigações e sentenças desastrosas praticadas pela dupla, ambos (Moro e Dallagnol) acabaram desmoralizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nessa segunda-feira (22), contudo, o TRF-4 acatou uma representação feita pelo desembargador federal Marcelo Malucelli, da 8ª Turma daquela Corte, assegurando que o filho dele, o advogado João Eduardo Barreto Malucelli, foi ameaçado por meio de uma ligação telefônica, supostamente feita por Appio.
Curioso
Curiosamente, João Eduardo, o filho do desembargador Malucelli, é sócio do escritório de advocacia do ex-juiz Sérgio Moro e de sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro, e, não bastasse isso, é também namorado da advogada Júlia Wolff, filha mais velha do casal Moro.
Após a revelação dos laços familiares feita pelo jornalista Luis Nassif, do CGN, o desembargador se afastou em abril dos casos envolvendo a Lava Jato, porém, como se vê agora, continuou atuando nos bastidores em defesa da operação, do filho e dele próprio.
O caso da suposta ameaça será julgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Appio terá 15 dias para preparar sua defesa. Até lá, ele seguirá afastado cautelarmente das suas funções na justiça federal do Paraná, e a Lava Jato fazendo malabarismo para se manter de pé.
