As cenas de terror protagonizadas por bandidos no Rio de Janeiro na segunda-feira (23) traz à memória, uma conhecida frase dos brasileiros.
“Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”, disse o naturalista Saint-Hilaire no longíquo século 19. Ele apontava o risco que a saúva poderia representar para as lavouras e o futuro de um país ainda totalmente agrário.
Após o ocorrido na capital carioca – um ato de terrorismo que se transformou no maior ataque ao transporte público do país -, pode-se evocar Saint-Hilaire e, por analogia, afirmar que “ou o Brasil acaba com o crime organizado ou crime organizado acaba com o Brasil”.
O fato de o crime organizado, composto por traficantes, milicianos e afins, estar espalhado pela cidade do Rio de Janeiro e infiltrado na máquina pública, não chega a ser novidade.
Mas, o que chamou a atenção no episódio desta semana, foi o tamanho e a violência dos ataques. Sete bairros da zona oeste carioca foram alvos dos criminosos. Eles deixaram um rastro enorme de destruição, com 35 ônibus queimados e um trem de passageiros incendiado.
Tamanha ousadia, não deixa dúvidas, de que o crime organizado precisa ser contido o quanto antes. Caso contrário, ele seguirá avançando como metástase pelo Rio de Janeiro, até transpor suas divisas em direção às entranhas do próprio Estado brasileiro.
Esse é o tamanho do perigo.