Inpe e UFMG apontam o aumento da área plantada de grãos e do rebanho bovino como causas da perda florestal

Pesquisa comprova a destruição ambiental na Amazônia no governo Bolsonaro

Com Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente, a exportação de madeira bruta aumentou 693% Foto: Arquivo

Pesquisadores do Laboratório de Gases de Efeito Estufa (LaGEE) do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro de Sensoriamento Remoto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG ) publicaram nesta quarta-feira (23/8), na revista britânica Nature, um estudo constatando os impactos ambientais “desastrosos” ocorridos na Amazônia, a partir do desmonte das políticas de proteção ambiental, nos dois primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro.

A Nature é considerada uma das principais publicações científicas do mundo, especializada na divulgação de pesquisas e artigos nas áreas de ciência e tecnologia.

Efeitos do desmantelamento

Liderado pela cientista do Inpe, Luciana Gatii, o estudo mediu os efeitos do desmantelamento naquela região. Segundo o trabalho, nos anos de 2019 e 2020, quando o Ministério do Meio Ambiente foi chefiado por Ricardo Salles, os desmatamentos cresceram 89% e 122%, respectivamente, as emissões de CO2 em comparação com a média dos anos de 2010 a 2018.

Os pesquisadores também constataram aumento do desmatamento nos dois anos em relação à média dos nove anos anteriores: 82% em 2019 e 77% em 2020. As áreas queimadas aumentaram 14% no primeiro ano sob Bolsonaro e Salles e 42% no segundo.

O estudo apontou ainda que as multas pelo desmatamento ilegal tiveram redução de 30% e 54%, em 2019 e 2020. Da mesma forma, os pagamentos dessas multas diminuíram de forma ainda mais drástica: 74% em 2019 e 89% em 2020.

Causas

Além do desmonte das políticas de proteção ambiental, o estudo identificou a exportação de madeira bruta, a expansão da área plantada de soja e milho e do rebanho bovino como sendo as principais atividades responsáveis pela perda florestal.

No período analisado, a exportação de madeira bruta extraída da Amazônia aumentou 693%. As áreas plantadas de soja e milho aumentaram 68% e 58%, respectivamen. Já o rebanho bovino, que no restante do país diminuiu de tamanho, na Amazônia cresceu 13%.

(*) Com informações da UFMG

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