Que tal se deputadas contrárias à equiparação salarial abrissem mão de parte de seus salários?

Zambelli, Rosangela Moro e Bia Kicis votaram contra a equiparação salarial

Como explicar o posicionamento das dez deputadas federais que votaram contra o projeto de lei que propõe igualar os salários entre homens e mulheres? O que as terá levado a negar a oportunidade de se corrigir uma injustiça histórica que afeta milhões de mulheres brasileiras?

Será que foi por ódio ao governo, desprezo pela semelhante, ignorância ou perversidade? Ou terá sido por tudo isso junto?

O fato é que essas parlamentares deram as costas para um luta que está acima de diferenças políticas e de eventuais governos. Nem o fato de elas, supostamente, já estarem resolvidas financeiramente, justificaria tamanha soberba e aberração. Na prática, assumiram que o problema não era com elas, torceram o nariz e apertaram o botão do painel eletrônico da Câmara do Deputados.

Com esse gesto vergonhoso, conseguiram apenas reforçar o machismo sem sentido e sem limites que diariamente subjuga, humilha e degrada tanto as mulheres, e que, lamentavelmente, ainda impera no país.

A explicação para a maldade expressada por esse grupelho de parlamentares, passa também pela total falta de empatia, pela ausência de ética, de quem não está nem aí para o problema dos outros, e que não hesita em dar uma banana para aquelas que as elegeram, pensando estar votando em alguém que fosse representa-las. O motivo passa ainda, sobretudo, pela incompreenção de suas próprias condições de mulheres e de seu papel no parlamento e no mundo.

Mas apesar da ação contrária desse grupelho, a boa notícia é que o projeto acabou sendo aprovado por 325 votos a 36. Graças aos votos de outras deputadas solidárias à luta feminina e, talvez para o espanto delas, de deputados, que tiveram a decência de começar a consertar um dos maiores erros da sociedade brasileira.

Aliás, para manterem a coerência, bem que essas deputadas poderiam abrir logo mão de parte de seus próprios salários. Passariam a receber menos que os seus colegas homens, afinal, para quem não sabe, no parlamento brasileiro não há distinção salarial.

A seguir a relação das deputadas federais que se mostraram contrárias à promoção das mulheres e que deveriam ter a iniciativa de propor receber menos que os parlamentares homens na Câmara dos Deputados:

  • Adriana Ventura (Novo-SP)
  • Any Ortiz (Cidadania-RS)
  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Carla Zambelli (PL-SP)
  • Caroline de Toni (PL-SC)
  • Chris Tonietto (PL-RJ)
  • Dani Cunha (União-RJ)
  • Julia Zanatta (PL-SC)
  • Rosângela Moro (União-SP)
  • Silvia Waiãpi (PL-AP)

*Foto: Deputadas Carla Zambelli, Rosângela Moro e Bia Kicis votaram contra a promoção das mulheres

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