Pesquisa Quaest divulgada nesta 2ª feira detecta, pela 1ª vez, piora na avaliação do governo; caso PIX, mal comunicado e contaminado pelas fake news, influenciou resultado

Sinal de alerta

Com as eleições batendo à porta, Lula tem que combater as fake news, melhorar a comunicação do governo e recuperar parte da sua base de apoio para chegar mais competitivo em 2026. Foto: Presidência da República

Pesquisa da Quaest divulgada nesta segunda-feira (27) detectou, pela primeira vez, pioras na aprovação do governo e do trabalho do presidente Lula (PT).

O percentual dos que avaliam negativamente o governo cresceu seis pontos percentuais, passando de 31% para 37%, desde a última pesquisa realizada há um mês e meio.

Por outro lado, das 4,5 mil pessoas entrevistadas presencialmente nos 245 municípios visitados pelo instituto em todo o Brasil, entre os dias 23 e 26 deste mês, 31% avaliaram positivamente o governo.

Em dezembro esse índice era de 33%. Outros 28% consideraram regular, enquanto 4% não souberam ou não quiseram responder.

Desempenho de Lula

Em relação à última pesquisa, a aprovação do trabalho do presidente caiu 5 pontos, recuando de 52% para 47%. Já o percentual dos que desaprovam o desempenho de Lula subiu de 47% para 49%. os que não souberam ou não responderam: passou de 2% para 4%.

PIX

Bombardeado por uma onda de fake news, o anúncio da regulação do PIX foi apontado como a pior notícia relacionada ao governo, com 11% das menções, enquanto o aumento do Bolsa Família foi a melhor notícia, com 7%.

Para 66% dos entrevistados, o governo errou mais do que acertou na polêmica envolvendo a regulação do PIX, enquanto 19% acreditam que o governo acertou mais.

Nordeste

Na região Nordeste, historicamente um dos principais redutos eleitorais do PT, a avaliação positiva recuou de 48% para 37%. O percentual das mulheres que avaliaram negativamente pulou de 27% para 36%. Houve aumento também junto aos entrevistados com Ensino Médio ou Superior (passou de 33% para 43% e de 39% para 47%, respectivamente). Nem os que ganham entre dois e cinco salários pouparam o governo em suas respostas: 41% deles avaliaram negativamente (aumento de 32% para 41%).

Na contramão

Metade dos entrevistados afirmaram que o país está na direção errada, contra 39% que pensam o contrário.

A percepção sobre as notícias relacionadas ao governo também piorou: 43% dos entrevistados disseram ter ouvido mais notícias negativas, e 28% que relataram mais notícias positivas.

Economia

Para 39% dos entrevistados a economia piorou nos últimos 12 meses. O principal destaque feito por 83% dos entrevistados nesse quesito foi a alta no preço dos alimentos no último mês.

A pesquisa, realizada entre os dias 23 e 26 de janeiro tem margem de erro de 1 ponto percentual.

Alerta

Se a pesquisa trouxe algo de positivo para o governo e o presidente foi ter acendido um sinal de alerta.

Como o ano eleitoral já está batendo à porta, os número ruins deixam também uma lição óbvia para o governo e para o campo progressista.

Ou o governo melhora a sua comunicação com a população em geral e, sobretudo, com aqueles que os elegeram e formam a sua base de apoio, entrando para valer na guerra contra as fake news (estão aí os exemplos do PIX, das altas dos alimentos, dos juros e do dólar), contrapondo a elas os bons resultados que o país vem colhendo interna e externamente, ou a batalha eleitoral em 2026 contra a extrema direita tenderá a ser mais dura do que a de 2022.

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