Brasil só perde para a Argentina na disputa pela liderança do ranking de maiores juros reais do mundo

Taxa básica de juros aumenta para 13,25%

O BC prevê nova alta para a Selic de 1 ponto percentual na próxima reunião do órgão, marcada para março. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O novo aumento da Selic (taxa básica de juros) para 13,25% ao ano (alta de 1 ponto percentual), anunciado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), nesta quarta-feira (29), manteve o Brasil no segundo lugar do ranking dos países com os maiores juros reais do mundo.

Para calcular a taxa de juros real deve-se descontar a inflação projetada para os próximos 12 meses.

No caso do Brasil ela foi para 9,18% a.a. A Argentina lidera o ranking com 9,36%. Em terceiro lugar está a Rússia, com 8,91% a.a.

Decisão é péssima

A decisão de manter a Selic em alta é uma péssima notícia para os brasileiros, para o setor produtivo e para a economia brasileira em geral. O Copom levou em consideração fatores internos e externos para aplicar a dose amarga de mais juros para todos.

Internamente pesaram a escalada do dólar e os preço dos alimentos. Já no plano internacional, a maior preocupação está nas medidas que estão sendo anunciadas e colocadas em prática pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Elas tem assustado o mundo pela abrangência e pelo tom belicoso adotado por Trump para anunciá-las e implementá-las.

Por aqui, se por um lado, a nova alta da Selic procura acalmar o mercado financeiro, por outro, deixa o setor produtivo de cabelos em pé.

A sistemática alta dos juros ignora o bom momento que atravessa a economia brasileira (geração de empregos, aumento do consumo interno, ajuste das contas públicas, maior inclusão social, retirada do país do mapa da fome etc).

A taxa no atual patamar, além de encarecer a vida de milhões de brasileiros, engorda a dívida pública. Dificulta o acesso ao crédito e freia o crescimento da atividade econômica como um todo.

Mas foi unânime

A decisão de manter a tendência de alta da Selic (a quarta elevação consecutiva da taxa) foi unânime entre os membros do Copom. A reunião desta quarta-feira foi comandada pelo novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, indicado no ano passado pelo presidente Lula, para suceder Roberto Campos Neto.

E não causou surpresa

A nova alta da Selic não causou surpresa. Ela já havia sido projetada pelo BC em dezembro do ano passado, quando ocorreu a última reunião do Copom, ainda na presidência de Campos Neto.

À época, o Comitê indicou que a taxa subiria ainda outras duas vezes. Foi o que ocorreu nesta quarta-feira (29), e, deverá se repetir no próximo encontro do Comitê, agendado para o dia 19 de março próximo.

Se nada mudar até lá, e caso a projeção se confirme, a Selic poderá chegar a 14,25%.

Um espanto!

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