O presidente Donald Trump foi flagrado pelo fotógrafo da ONU, Mark Garten, acompanhando atentamente o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a sessão de abertura da Assembleia das Nações Unida, ocorrida na terça-feira (23), em Nova York.
Trump foi o segundo presidente a discursar, logo depois de Lula, já que, por tradição, cabe ao Brasil abrir anualmente os trabalhos da ONU.
A expectativa era grande no plenário lotado por chefes de Estado e diplomatas, pois as falas de ambos ocorreriam em meio à escalada de sanções impostas pelo governo estadunidense contra o Brasil.
Lula não se fez de rogado e reafirmou que a democracia e a soberania do Brasil são inegociáveis. Sem citar os EUA ou Trump, ele criticou as “sanções arbitrárias” e “intervenções unilaterais”.
“Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra”, afirmou.
Lula mencionou a condenação de Jair Bolsonaro por golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), assinalando que tal decisão é um “recado aos candidatos a autocratas do mundo e àqueles que os apoiam”.
“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis.”
Ele afirmou também que “a agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável”.
“Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias. Falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil. Não há pacificação com impunidade.”
O presidente brasileiro falou ainda sobre o autoritarismo e a soberania.
“O autoritarismo se fortalece quando nos omitimos frente à arbitrariedade”, afirmou. “Seguiremos como nação independente e povo livre de qualquer tipo de tutelas.”
A vez de Trump
Quando chegou sua vez de discursar, Trump não fez meia curva.
Esperava-se que ele fosse rebater Lula, mas preferiu contar que pouco antes, quando se dirigia para o plenário havia cruzado rapidamente com Lula, que acabava de sair da tribuna.
Disse que os dois se cumprimentaram e que ele (Trump) sentiu uma ótima química.
E sem mais nem menos, anunciou que ele e Lula teriam concordado em se reunir na próxima semana.
“Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem, se isso for do interesse dele”.
“Mas ele parece um homem muito legal. Na verdade, ele… Ele gostou de mim, eu gostei dele, mas… E eu só faço negócios com pessoas de quem gosto, eu não faço [negócios] quando não gosto da pessoa. Quando não gosto, eu não gosto.”
Diante do fato novo na relação entre os dois presidentes, o lado brasileiro preferiu adotar a cautela.
Mas já adiantou que Lula não se furtará de participar do encontro previsto para a semana que vem, seja presencialmente ou remotamente, por meio de chamada de vídeo ou de telefone.
Lula pretende aproveitar a oportunidade para passar a limpo o tarifaço imposto a produtos brasileiros e as sanções adotadas contra autoridades brasileiras, principalmente ligadas ao Poder Judiciário, como a aplicação da Lei Magnitsky e a cassação de vistos.
Uma resposta
Lula é a Fênix.